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Biomassa vira gasogénio, que vira etanol. E com alta produtividade.

28 de Agosto, 2008

Ainda que seja uma das palavras da moda, biocombustível está longe de ser uma palavra recente. O processo de gaseificação, por exemplo, é uma técnica desenvolvida em 1920 para a conversão directa de combustíveis sólidos em gás combustível.
Agora, com a ajuda da nano tecnologia, pesquisadores do Laboratório Ames, dos Estados Unidos, estão dando vida nova a esse processo, que já foi muito utilizado em automóveis, inclusive no Brasil, principalmente durante a primeira crise do petróleo, em 1974.

Geração do gasogénio

O processo de gaseificação consiste na transformação de biomassa – combustíveis sólidos à base de carbono – em gás de síntese, também conhecido como gasogénio. Essa transformação dá-se sob alta pressão e temperatura, mas num ambiente com uma quantidade controlada de oxigénio para evitar a combustão.

O gasogénio resultante do processo é composto basicamente de monóxido de carbono e hidrogénio, além de pequenas quantidades de dióxido de carbono e metano. A grande vantagem é que o hidrogénio representa mais de 85% do gasogénio, em termos de volume.

Transformando gasogénio em etanol

“Houve algum interesse em converter o gasogénio em etanol durante a primeira crise do petróleo, nos anos 1970,” explica o engenheiro Victor Lin. “O problema foi que a tecnologia dos catalisadores naquela época não permitia uma selectividade nos subprodutos. Eles conseguiam produzir etanol, mas também geravam metano, aldeídos e vários outros produtos indesejados.”

Agora, a equipa do professor Lin descobriu que as moléculas de monóxido de carbono que dão origem ao etanol podem ser “activadas” na presença dum catalisador nanoparticulado dotado de uma conformação estrutural específica.

Nanocatalisador

Para aumentar a produtividade do processo, gerando uma maior quantidade de etanol, os pesquisadores distribuíram suas nano partículas de catalisador na estrutura de nano esferas de alta porosidade – minúsculas bolas de material esponjoso contendo milhares de canais em seu interior.

A área superficial total das nano partículas catalisadoras no interior das nano esferas é 100 vezes maior do que a área alcançada quando o catalisador é estruturado em partículas maiores.

Na foto acima ve-se o interior das nano esferas contendo as partículas de catalisador, visto por microscópio electrónico.[Imagem: Ames Laboratory]
Etanol de qualquer biomassa

“A grande vantagem de utilizar o gasogénio para produzir etanol é que ele expande o tipo de material que pode ser convertido em combustível,” diz Lin. “Você pode usar rejeitos de processos de destilação ou qualquer outra fonte de biomassa, como capim ou polpa de madeira. Basicamente, qualquer material à base de carbono pode ser convertido em gasogénio. E, uma vez que tenha o gasogénio, podemos transformá-lo em etanol.”

Fonte: Inovação Tecnológica e Ames Laboratory

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