Coruche – um duplo custo de interioridade
23 de Novembro, 2008
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Queremos crer que a grande maioria dos nossos políticos locais têm plena consciência de que o futuro dos concelhos será fortemente influenciado pela forma como as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) forem assimiladas, bem como pelo sucesso e pela rapidez dessa absorção.
É inadmissível que uma vila como a de Coruche, sede de concelho, integrada no denominado Arco Metropolitano de Lisboa, não tenha ainda modernas infraestruturas de redes digitais de comunicação, necessárias à subscrição de pacotes de comunicação por cabo (televisão, vídeo, telefone e Internet).
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As famílias e as empresas pagam aqui um duplo custo de interioridade. É com bastante atraso que podem usufruir de determinados serviços relativamente a outras zonas do país, têm de pagar mensalidades mais elevadas (cerca de 30€ por mês a mais), tendo apenas acesso a um leque reduzido de opções, a piores serviços e menores velocidades.
Já dispor destes serviços há muito tempo ou só vir a dispor deles sabe-se lá quando (mesmo que mais tarde o investimento público seja menor ou venha a beneficiar de algum programa de apoio) tem custos incalculáveis que alguns políticos não avaliam.
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É imperioso garantir o acesso ao conhecimento e a novos conteúdos para fugir ao marasmo que é a grande maioria das famílias do nosso concelho ter só 4 canais de televisão (com telenovelas a mais, salvo poucas e honrosas excepções) e às mensalidades insuportáveis das soluções individualizadas de que dispomos.
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Esta situação não é só um problema de interioridade, é também uma questão de alheamento e inacção política.
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Aqui bem ao nosso lado, a vila de Mora tem já, desde Maio de 2007, as infraestruturas necessárias à recepção de televisão, telefone e Internet por cabo, resultante de um contrato de prestação de serviços celebrado entre a C. M. de Mora e a TV Cabo Portugal S.A.
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É necessário, também aqui, preparar o concelho de Coruche para a Sociedade da Informação e criar condições para que o universo daqueles que têm acesso aos benefícios das TIC seja aumentado drasticamente, porque a realidade está à vista.
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O acesso de todos os cidadãos aos novos serviços da Sociedade da Informação é um dos objectivos prioritários da União Europeia. A possibilidade de aceder a esses serviços e aplicações através de terminais distintos dos computadores pessoais e de utilizar diversas plataformas, como a televisão por cabo, a televisão digital, os terminais 3G ou as R-LAN (redes locais radioeléctricas), criará oportunidades económicas e sociais consideráveis.
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Não se pode deixar unicamente nas mãos das forças do mercado o papel de regular o acesso a estes serviços. A Inclusão Digital tem que se assumir como política pública e o Poder Local, como garante da equidade e promotor do bem-estar para toda a sua comunidade, deve impedir o “apartheid” digital.
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Se não se desperdiçar inutilmente tantos recursos públicos e as ‘tacadas’ forem primeiro canalizadas para outros ‘buracos’, é possível alterar esta situação!
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