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Coruche precisa de uma política pública de inclusão digital e de banda larga a preços estreitos

31 de Julho, 2009
… com acções que confiram diploma de competências básicas em TICs (massivas e gratuitas). Há regiões e concelhos do país que já o estão a fazer e bem.

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AOS AGENTES POLÍTICOS DO CONCELHO:
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Quero crer que, a grande maioria dos responsáveis políticos que se vão apresentar às próximas eleições autárquicas, têm plena consciência de que o futuro das nações e das regiões será fortemente influenciado pela forma como as novas Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) forem assimiladas, bem como do sucesso e da rapidez dessa absorção. Portugal está já relativamente bem colocado nos indicadores de serviços electrónicos disponibilizados pela Administração Pública mas tem ainda um percurso longo a fazer na inclusão da maioria da população na Sociedade da Informação ou seja, uma barreira de e-inclusão a ultrapassar.
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O combate à exclusão digital tem de ser assumido como uma política pública de promoção da inclusão social, senão o mundo poderá dividir-se entre os “ricos em informação” e os “pobres em informação” e as regiões que menos apostem na área das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC) ficarão cada vez mais afastadas daquelas que liderarem esse campeonato.
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É necessário preparar o concelho de Coruche para a sociedade da informação e criar condições para que o universo daqueles com acesso aos benefícios das TIC seja aumentado drasticamente, porque a realidade está à vista.
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Só não vê quem não quer e não há pior cego do aquele que não quer ver
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Promover a inclusão digital implica vontade e acção política. Não basta massificar o acesso às tecnologias. Esta é uma condição necessária mas insuficiente. É necessário construir uma consciência colectiva de uso das tecnologias, é fundamental para todos os cidadãos ter acesso à informação, saber conviver com ela, saber consumi-la e utilizar os instrumentos e meios a ela ligados. Mas a exclusão só termina no momento que o utilizador compreende que o computador é um meio de acesso à educação, ao trabalho, ao contacto e inter-relacionamento com a sua comunidade, ao espírito crítico e ao exercício pleno da sua cidadania.
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Para que esses benefícios potenciais possam ser apropriados pelos cidadãos no seu dia a dia é necessário que estes tenham meios para aceder a essa informação de forma fácil, rápida e a custo acessível.
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Uma política de infoinclusão deve ter como um dos seus objectivos formar pessoas preparadas para a cidadania activa também na Internet, preparando-as para serem actores na rede global de computadores, produtores de conteúdo local (como o Movimento E-Coruche e outros já o estão a fazer) e não apenas consumidores de informação produzidas por outras instâncias de conhecimento e poder.
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CADA UM PODE AO MESMO TEMPO SER RECEPTOR E CRIADOR
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“No caso das tecnologias de informação e comunicação, não basta dar o peixe e até dar a cana de pesca, é preciso que os potenciais pescadores saibam como e quando usar cana de pesca”
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Será no mínimo ingénuo confiar que as forças e interesses dominantes, que têm conduzido o rumo da história, se ocupem de defender direitos humanos e de cidadania, seja sob que paradigma for. Mas também é ingenuidade pensar que contrapor a essas forças seja um exercício inútil ou uma responsabilidade que compete apenas aos conhecedores da matéria. Pugnar por uma sociedade da informação onde todas as pessoas tenham as mesmas oportunidades de acesso ao conhecimento, à informação, a canais e oportunidades de expressão cabe a cada um de nós. Nunca é demais lembrar que a sociedade da informação somos nós, seres humanos, sem os quais não há rede possível.
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Os mais novos, normalmente, têm maior facilidade e interesse em utilizar as TIC do que pessoas de mais idade. Como tal, é necessário encontrar as formas mais eficazes de apresentar as Tecnologias de Informação aos mais idosos e sempre que possível aproveitando o conhecimento dos mais novos.
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Não se pode deixar unicamente nas mãos das forças do mercado o papel de regular o acesso aos conteúdos das “auto-estradas da informação”. A infoinclusão tem que se assumir como política pública e o Estado, como garante da equidade e promotor do bem-estar para toda a sociedade, deve impedir o “apartheid” digital.
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“Se Maomé não vai à montanha, vai a montanha a Maomé”
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Actualmente, no concelho, as pessoas que não têm acesso à Net ou é porque não têm formação ou porque não têm rendimentos. São precisas soluções imaginativas para combater esta situação, veja-se alguns exemplos:
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A iniciativa Net sobre Rodas (tipo Biblioteca Itinerante da Gulbenkian), já implementada em alguns concelhos do País, mas que em vez de disponibilizar livros, disponibiliza serviços tecnológicos, formação e certificação em TICs em carrinhas devidamente equipadas com equipamento informático.
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Outra iniciativa bastante interessante é a criação de Centros Locais de Recuperação de Equipamento Informático, que recebem hardware usado, fazem o seu recondicionamento e recolocam-no para programas de inclusão digital. Estes centros para além de formar e capacitar profissionalmente os jovens que neles se inserem, dão seguimento do material não recuperado, para programas de reciclagem ambientalmente correctos.
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Igualmente interessante foi o contrato de prestação de serviços que a C. M. de Mora estabeleceu, em Maio de 2007, com a empresa CATVP – TV Cabo Portugal S.A. para dotar a vila de Mora com as infraestruturas necessárias à recepção de televisão, telefone e Internet por cabo e reduzir as antenas inestéticas.
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Relativamente ao ensino, que tem uma importância capital neste processo, além de colocar computadores nas escolas, é preciso capacitar os seus docentes para que eles dêem as suas aulas com a ajuda dos meios digitais.
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Os docentes deverão aprender a utilizar o computador como um aliado. Além disso, será preciso manter as salas de informática “constantemente” abertas e com um profissional que a assuma e fique responsável pela “alfabetização” digital.
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Primeiro, é preciso anular a barreira do acesso. Depois, é preciso manter essa ligação, é fundamental a instalação de laboratórios de informática com acesso à Internet nas escolas públicas, dinamizando os seus sites, envolvendo aqui os alunos.
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Portanto, hoje, escola e professores estão confrontados com novos desafios: fazer da Escola um lugar mais cativante para os alunos e fornecer-lhes as chaves para um entendimento verdadeiro da sociedade de informação. Ela tem de passar a ser vista como um lugar de aprendizagem em vez de um espaço onde o professor se confina a transmitir o saber ao aluno; deve tornar-se num lugar onde são proporcionados os meios para edificar o conhecimento, atitudes e valores e adquirir competências. Só assim a Escola será um dos alicerces da sociedade do conhecimento.

Em relação ao parque informático instalado no concelho é preciso cuidar dele e formar os seus utilizadores.

Assim como existe o Piquete de Águas, de Electricidade, etc., também na área das TIC (nos serviços municipais, juntas de freguesia, escolas, bibliotecas, bombeiros, jardins de infância, museu, etc, etc.) deverá haver um acompanhamento de qualidade, eficiente e célere (ao nível do hardware, software, redes) com carácter pedagógico e formativo no local e on-line (é preciso ensinar a pescar), de modo a aproveitar cada vez mais as verdadeiras potencialidades das TICs e impedir paragens frequentes por coisas de nada.

EM CONCLUSÃO:

Com a aceleração da inclusão digital em todo o mundo e com a chegada das novidades tecnológicas que mudarão cada vez mais o dia-a-dia dos cidadãos neste início de milénio, ficar parado ou mesmo andar devagar, pode saír bem caro.

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As políticas e a vontade dos agentes locais e da própria comunidade do concelho são factores importantíssimos para ganhar o desafio da inclusão Digital. O Movimento “ticMAIS” tudo fará para o incluir no centro da agenda política local.
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Os efeitos de programas de formação de adultos (como o “Novas Oportunidades”) e o combate à chamada infoexclusão são vitais para o futuro do concelho.
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É urgente, pois, que todos, mas todos os agentes concelhios com responsabilidades neste domínio – autárquicos, educativos, sociais, económicos e a sociedade civil – assumam as suas responsabilidades e coloquem o tema da infoinclusão entre os seus principais objectivos e se mobilizem para o desenvolvimento de acções massivas de formação (gratuitas ou a preços de cidadania) que confiram diploma de competências básicas em tecnologias da informação, o qual se constitui como um “diploma de cidadania” em termos de alavanca da dinamização da proximidade dos cidadãos aos computadores e à Internet (Ex. Net sobre rodas).
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Artigo escrito em 25 de Setembro de 2007 e publicado no Jornal Mais Região
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Em relação ao parque informático instalado no concelho é preciso cuidar dele e formar os seus utilizadores.

Assim como existe o Piquete de Águas, de Electricidade, etc., também na área das TIC (nos serviços municipais, juntas de freguesia, escolas, bibliotecas, bombeiros, jardins de infância, museu, etc, etc.) deverá haver um acompanhamento de qualidade, eficiente e célere (ao nível do hardware, software, redes) com carácter pedagógico e formativo no local e on-line (é preciso ensinar a pescar), de modo a aproveitar cada vez mais as verdadeiras potencialidades das TICs e impedir paragens frequentes por coisas de nada.

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