Tal como em muitas outras zonas do país, o centro histórico da vila de Coruche vem sendo atingido, há já alguns anos, por um acelerado processo de desertificação humana e por um aumento significativo de casas fechadas e em degradação acentuada. O comércio tradicional, como é evidente, por isso, mas não só, está a pagar o preço dessa agonia.

São precisas medidas urgentes para combater este crescimento natural negativo

Para combater este grave problema, são necessárias medidas criativas que favoreçam a fixação de casais jovens no concelho, ao nível da intervenção social, da habitação e do emprego qualificado.

1.

Medidas de sensibilização, promoção, divulgação e revitalização do centro histórico (não basta embelezar, os cemitérios também estão bem cuidados, mas não existe lá vida), designadamente, dotá-lo de um moderno e avançado serviço de telecomunicações que acabe com as antenas inestéticas e permita a recepção de televisão, telefone e Internet por cabo e wireless. Hoje para a fixação das pessoas, dos serviços e das empresas, essas infraestruturas são importantíssimas. Colocar (e bem) hotspots no Parque do Sorraia e esquecer o centro da vila não é boa politica;

2.

Programas de apoio à fixação de jovens famílias ao nível da construção de habitação de qualidade a custos controlados, bem como na recuperação de casas degradadas do centro histórico, com incentivos e isenções de vária ordem; políticas efectivas de apoio às famílias e de incentivos à recuperação da taxa de natalidade para níveis que possam garantir uma renovação de gerações;

3.

O desenvolvimento de políticas de parceria no âmbito do desenvolvimento humano e empresarial (ensino, emprego e formação profissional) que contribuam para o alargamento da oferta de cursos, de saídas profissionais e empregos qualificados, que potenciem inovação, competitividade e empreendedorismo (especialmente incubadoras e ninhos de empresas);

4.

Não estimular a fuga desproporcionada para as periferias com avultados custos de infraestruturas;

5.

Nas situações de avanço para as periferias e nos licenciamentos de novas superfícies comerciais e novos equipamentos colectivos (normais e naturais em todos os processos de crescimento), que os mesmos sejam devidamente ponderados e acompanhados de medidas que compensem e minimizem esses efeitos;

6.

Não esquecer as vias estruturantes, principalmente o IC13 e o IC10, fundamentais para a região, muito em particular a variante a Coruche e a correspondente nova travessia sobre o Vale do Sorraia. No que se refere ao recente relançamento das ligações ferroviárias para passageiros no ramal Setil – Vendas Novas, não esquecer que, só com a ajuda de soluções complementares modernas, como a ligação por miniautocarro a pontos estratégicos, dotados de bons abrigos de passageiros, com estacionamento de viaturas seguro (nesses locais e nas principais estações), com paragem em todos os locais em que sejam solicitados, dentro da sua linha e com comparticipação nos custos pelos municípios, se poderá ajudar bastante a revitalizar esse meio de transporte. Hoje, chegar à Gare do Oriente e a Santa Apolónia em composições modernas (em uma hora aproximadamente), com as ligações de Metro, Rodoviárias, Fluviais (tanto locais como de médio/longo curso) é totalmente diferente do que era há uns anos atrás.

NOTA:
Se houver casais jovens a viver no centro histórico da vila de Coruche, trabalhem ou não no concelho, desde que tenham boas condiçoes de mobilidade e infraestruturas modernas, tudo poderá ser mais fácil e os programas de apoio mais eficazes.